terça-feira, 6 de novembro de 2012

Depois do fim do mundo


Tarefa difícil começar a escrever quando há muito tempo não o fazia.


Mais difícil ainda é resumir em poucas palavras um ano que ainda nem acabou, mas que já me colocou num potinho e me sacudiu toda. 

Um ano que me mostrou que eu não sei nada da vida simplesmente porque a vida não é uma matemática, porque não tem equação que a explique, conta que a resuma. Porque ela é um mistério, uma caixa de pandora, porque ela me abduz. E muda o tempo inteirinho.


Mas mesmo assim eu continuo tentando desvendá-la. Sabendo que é em vão...
Há quem diga que 2012 passou voando, eu discordo. Dois mil e doze foi extremamente longo e enigmaticamente interessante. Se a vida no mundo acabar no dia 21 de dezembro, eu vou poder chegar lá nas portas do céu dizendo que arrasei. Que amadureci, mas que não deixei de ver a vida com olhinhos de criança, que me diverti o mais que podia, que fui feliz pra caralho! 

Gostaria de poder dizer que depois desse ano ninguém me engana mais, mas seria uma mentira minha. Tenho certeza que ainda vou ser muito enganada. Mas posso afirmar que os enganos e desenganos desse mundo já não me assustam mais tanto.
Vou poder dizer que me surpreendi todos os dias, que fui uma camaleoa. Que mudei diversas vezes. Que fui uma leoa. Defendi com unhas e dentes meus propósitos. Vou afirmar com orgulho que conheci muitos novos amigos, que me reinventei de lá de baixo, do zero (duas vezes), que não deixei de ser eu um minuto – doesse a quem doesse -, e que vi uma nova forma de enxergar antigos amigos. Amigos antigos. Melhor. Parar de escrever desacostuma a gente. 

Vou rir com meu sorriso brilhante pra quem não acreditou que eu daria a volta por cima, porque eu sempre dou. Sem tirar um fiozinho de cabelo do lugar. Vou poder contar pra todo mundo que superei meus medos pelos meus sonhos! Que corri atrás, e que só parei de correr depois de satisfeita com meus resultados, que me encontrei no que eu quero pra vida.
Vou poder dizer que foi o ano mais longo da minha vida. E que eu me apeguei a ele (eu não vou poder dizer que parei de me apegar às coisas). Vou dizer que 2012, essa data tão mítica, cheia de significados e temida por muitos, foi realmente o fim do mundo. Mas eu inventei outro pra morar... :)