Dessa vez a liberdade ficou marcada em mim, na minha pele.
Dessa vez eu não tive dúvidas. Acabou.
Acabou todo o sofrimento, toda a dor, os vícios construidos
juntos.
A dor fez a dor acabar.
A dor física me fez ver que eu precisava me machucar –
literalmente – pra parar de me machucar – dessa vez figuradamente.
A dor que eu senti veio junto com a minha carta de alforria.
Me fez ver que eu não precisava mais sentir dor nenhuma pra
ver que era o fim.
Já tava ali. Já era o fim. Já era.
O fim.
Já tinha sido o fim, fazia tempo….
Eu, taurina teimosa, precisava esgotar todas as possibilidades
– sempre preciso.
Precisava doer muito.
Mas como todo fim é um recomeço, eu senti prazer.
Foi como me desamarrar de uma corrente que me prendia tanto
Por amor ou até mesmo – ouso dizer – pelo vicio que eu
construi de me machucar.
De uma forma louca.
Mas amar não é sofrer. E eu, que sempre achei isso,
Acabei me perdendo de mim.
Me fizeram acreditar que o amor era assim,
E meu sorriso sumiu….
Mas me reencontrei.
Pela primeira vez depois de alguns anos,E foi um reencontro doce.
Foi um reencontro livre.
Foi a minha liberdade, que veio dolorida,
Mas completa
Estive comigo de verdade. Com meu eu. Eu. E meu sorriso.
Que veio iluminado, lindo, de verdade, livre……..
O joelho doeu, sim
Mas desviou o foco de um coração que doía.
E, de certa forma, o curou também.
Quem disse que se machucar não é bom?