terça-feira, 23 de setembro de 2014

Menina de poucas palavras

Entrei aqui e encontrei uma menina de sorriso aberto, cara de criança e que, no auge dos seus 20 anos, achava que já tinha vivido o suficiente pra escrever um livro.

Cheguei e vi uma menina tão boba que eu quase quis gritar com ela… mas não posso.

Encontrei com uma menina que achava que amar era ruim.
Ela tinha suas razões... Amor sem amor não faz equação certa. Dói.

Encontrei uma menininha intensa, que se mordia só de achar que não tava vivendo a vida na sua plenitude.
Um pouco traumatizada - mas quem não é?

Encontrei uma menina que ficou por dois anos longe daqui.
Não de si.
Mas do que era.
Em dois anos, fez muito do que jurou nunca fazer.
Prometeu coisas que sabia, em algum lugar dentro dela, que não poderia cumprir.
Machucou pessoas.
Sua casca grossa esbarrou sem querer, oras!

Engraçado pensar na menina de dois anos atrás.
Ela era incapaz de machucar alguém.
Ela não tinha casca que pudesse bater sem querer.

Mas ainda tem tudo dela dentro da menina blindada.

Nenhuma delas engoliu as palavras,
mesmo quando não foram escritas.

Elas se expõem.
Aquela, ardentemente, passionalmente.
Essa, nas entrelinhas.
Talvez esse seja o motivo de dois longos anos ausente.

As duas são histéricas, neuróticas, impulsivas, falantes, persistentes, desastradas, curiosas.
As duas se doam. As duas se doem.
Uma lida melhor com as novas cicatrizes. Porque as antigas, com toda sua profundidade, a ensinaram assim.
A outra, ainda ali dentro, não sabe se foram as cicatrizes que a ensinaram tanto. Acha que talvez aprendeu através do amor. Não de amar. Mas aprendeu sendo amada.
Ela também pode.

As duas concordam

Não precisam mais tanto de palavras.

sábado, 20 de setembro de 2014

Uma como as que se vê por aí.

Eu sou uma mulher como muitas dessas que se vê nas ruas todos os dias. Uma como outra qualquer.
Uma dessas que vai dormir sendo menina e desejando colo, mas que já acorda tendo que ser supermulher.... E que mesmo assim levanta de bom humor.
Sou uma delas, com tudo incluído no pacote.
Uma mulher intensa, nervosa, histérica, chocólatra, falante, impulsiva, ciumenta....muito ciumenta.
Sou uma mulher guerreira, persistente.... Uma das que correm atrás dos seus objetivos.
Uma das que abrem mão dos medos em busca dos sonhos.
Sou uma mulher que sonha. Que sonha muito... Que sonha dormindo, que sonha acordada...
Sou uma dessas mulheres que estão sempre em busca do seu eu interior, do seu equilíbrio.
E que às vezes parecem meio malucas.
Uma dessas que ama ler textos da Martha Medeiros e livros de auto ajuda.
Uma das que correm atrás de independência, que valorizam a liberdade,
Mas que condenam a libertinagem.
Sou uma mulher com seus pré-conceitos e alguns pudores. Mas que se permite mudar de opinião.
Uma mulher tão forte na vida que, quando finalmente vai deitar, depois de um dia sendo tudo isso, é só uma menina.
Uma menina sensível, por vezes até mesmo frágil,
Querendo colo.....de novo.

Mas aí acorda no dia seguinte pra ser mulher mais uma vez.
E é. Ainda mais do que já foi ontem...
É uma mulher-menina, uma menina-mulher....
E que carrega consigo, no olhar, todos os sonhos do mundo.