segunda-feira, 17 de maio de 2010

Transparências.

Em determinadas roupas, a palavra é sinônimo de vulgaridade. Num fio de nylon, é útil. Em qualquer ser humano, é uma característica que reflete ingenuidade. Sou transparente sim. Totalmente. Deixo transparecer todos os meus sentimentos mesmo sem querer. As pessoas, mesmo as que não são tão próximas, conseguem me conhecer bem demais. Todo mundo sabe exatamente quando eu não estou num bom dia mesmo que eu não diga nada. Vai ver é por isso. A ausência das minhas palavras diz muita coisa, e, como diz Clarice Lispector, “eu me exponho mais pelo silêncio”. Sou facilmente conquistável e gosto de praticamente todo mundo de graça. Não é difícil ser meu amigo e, muito menos, me fazer abrir um sorriso. Mas, cuidado! Não sou boba! Não gosto de ser passada pra trás, odeio que pisem no meu calo e também sei discutir e armar um barraco daqueles. Quando eu não gosto de alguém, isso é totalmente perceptível apenas ao mirarem meus olhos. Mas não desgosto com facilidade, gosto com facilidade! Sou transparente, me entrego, apesar de todas as decepções que vim tendo pelo caminho. Mas não sou boba, e faço questão de repetir isso. Também não sou um pedaço de tecido. Sou transparente, apesar de ainda não ter descoberto a utilidade disso pra quem não é um fio de nylon...

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